domingo, 25 de março de 2012

Nada(r) de voo



Queria tomar banho de chuva
Fui para o terreiro de casa. Ela me viu, segurou forte meu pulso, espremeu feito barbante apertado e explodiu de frases dizendo que "não pode fazer isso, menino, vai ficar resfriado!"
Uns dois beliscões e um tapa na bunda e eu me escondi da chuva (até a chuva se escondeu de nós). Doeu.

Teve um dia que eu fui mesmo pra chuva. Fui no proibido lá para o terreiro de casa. Ela não estava vendo. Tomei a chuva. Engoli.
Lavei os beliscões, os tapas no bumbum e as explosões. Saí sem peso, só com o leve.

Num entendi qual era a dela. Teve um dia que tomei chuva. Nem foi de querência. Tava era na rua, voltando da escola e chutando pedrinhas.
Aí a chuva veio, tentei correr pra não pegar resfriado, depois achei que correr de chuva por medo era bobeira.
Tomei chuva e engoli tudo de novo. Ultrapassei as sensações. Fiquei tempo todo de olho fechado. Porque olho aberto não enxerga direito.
Gota de chuva é permeável. Passarinho nada livre enquanto voa.
Num entendi nada: se a chuva, algum dia, acaba vindo sem querência, por que é que a gente não pode nadar no voo dela por vontade própria?
Cheguei em casa leve leve feito brabulheta.
Pequei até um resfriado. Não doeu.

3 comentários:

  1. lindo me segue no meu blog tbm bjs
    http://luana-make.blogspot.com.br

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  2. Ai que lindo!!!
    Estou seguindo seu cantinho, e te convidando para conhecer o meu.
    Tem um selinho para você em meu Blog, espero que goste!
    É um carinho para os Blogueiros que estão começando agora, é uma maneira de ajudar!!!
    beijos e te espero la!!!

    http://crisavolio.blogspot.com.br/2012/05/carinho-com-selinho.html

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