segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Oportunidades

Eu vim (primeiramente) agradecer.
Não. Não vim agradecer aos amigos, aos familiares e muito menos vim agradecer a Deus.
Vim, publicamente, agradecer a oportunidade.
Vim agradecer a oportunidade de ser filha, de ser amiga, de ser amada. Quero agradecer a oportunidade de ter pés, mãos, pensamentos e de poder usar tudo o que tenho ao meu favor. Vim agradecer por ter casa, cama, roupa lavada, palavras no vocabulário. Vim agradecer a oportunidade de andar e sentir o vento no rosto, de gargalhar e sentir o estômago doer, de chorar e sentir as lágrimas escorrerem. Vim agradecer a oportunidade de ter encontrado na minha vida todos aqueles que sabem, seja com olhares, com beijos, com palavras ou com sorrisos, fazer com que eu me sinta mais viva. Vim agradecer a oportunidade de ser simples e de amar a simplicidade no olhar e nos detalhes dos outros.

Mas, vim também pedir.
Não. Não vim pedir aos amigos, aos familiares e muito menos vim pedir a Deus.
Vim, publicamente, pedir a oportunidade.
Vim pedir a oportunidade de errar, de odiar, de fugir de mim. Vim pedir a oportunidade de não querer, de fazer pirraça, de não me importar. Vim pedir para não me importar mais, para não ter preocupações e nem tempo certo. Vim pedir a oportunidade de ser entendida e não julgada. Vim pedir a oportunidade de não perdoar, ou de perdoar sem nem mesmo saber quais foram os erros. Vim pedir a oportunidade (com ou sem crase) de não sorrir quando não quiser e, vim também, pedir a oportunidade de não querer.

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